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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Como surgiu o Dicas a Bordo?


Sempre quis ter um blog sobre viagens e resolvi fazer diferente, em vez de ser como os outros, onde apenas o criador publica relatos de suas próprias viagens, decidi ter DIVERSIDADE. Assim, nasceu o Dicas a Bordo, porém com um diferencial: contar a história de outras pessoas, suas vivências internacionais, aspectos culturais e dicas para quem deseja ir ao exterior. Os textos contém as percepções espontâneas dos participantes deste projeto, um espaço onde internautas podem interagir para auxiliar-se mutuamente, trocar experiências, relatar fatos e curiosidades inusitadas, as quais são percebidas apenas com a vivência. As informações, ao meu ver, são muito valiosas e não se encontram disponíveis em guias comerciais comuns, nem em qualquer site. Foram colhidas e publicadas nesta vitrine virtual para os amantes de viagem, assim como eu.
    
    Quem sou eu:
Isadora Andrade Lima, 23 anos, estudante de Comunicação Social, Publicidade e Propaganda na Universidade de Brasília. Apaixonada por: viagens (1° item da lista), fotografia, aventura, redes sociais, multiculturalismo e muitos outros assuntos. Adoro descobrir novos lugares e pessoas de outras culturas. A
credito que este tipo de experiência é essencial para o amadurecimento pessoal, aprendizado e entendimento mais amplo do nosso planeta e dos seres que nele habitam, pois é o que nos permite ampliar horizontes e quebrar paradigmas.

    "Descobri o quanto é incrível sair da nossa zona de conforto e conhecer este mundo complexo aos 18 anos em minha primeira viagem internacional para Costa Rica. Depois tive a oportunidade de ir a Espanha e Portugal, além de realizar um intercâmbio para os Estados Unidos (Miami, Nova York e Chicago), onde pude conviver com pessoas do mundo inteiro e foi uma experiência incrível. Assim, nasceu a ideia de criar o Dicas a Bordo para o meu Trabalho de Conclusão de Curso. Mas este projeto não vai acabar após me formar, pelo contrário, está apenas começando. Espero contar com novos relatos, além dos meus, para sempre atualizar informações úteis a todos que amam viajar!"
 
Millenium Park, Chicago - Estados Unidos, 2012


Contato:


isaandrade122@gmail.com





Intercâmbio na Nova Zelândia: Dicas e vivências

Luísa Cavalcanti Ribeiro, 18 anos.
Profissão: Estudante.
O que pretende: Ser diplomata ou analista de comércio exterior.
País que conhece: Nova Zelândia.


    Se me pedissem para escolher uma só palavra, diria que a experiência de morar em outro país é extraordinária. A sensação de que tudo, não só parece como é novo, transforma as mais simples atividades cotidianas em algo interessante e surpreendente. Andar de bicicleta ou pegar um ônibus, por exemplo, se torna uma aventura que vale a pena ser lembrada e compartilhada com amigos e familiares. Morar no exterior, sozinha, fez de mim uma pessoa mais independente e comunicativa, pois a saída da minha zona de conforto deu sumiço à minha timidez. O conhecimento adquirido, as amizades consolidadas e os passeios inesquecíveis, por si só, já fazem qualquer lugar se tornar especial, mas com um cenário e com a cultura como os da Nova Zelândia, minha experiência foi tudo menos negativa e/ou ‘normal’.

Como só vivi lá por seis meses, não pude conhecer muito bem as cidades da ilha norte, como a famosa Auckland e a capital Wellington. Porém, tenho certeza que nada me surpreenderia mais que as cidades da ilha sul, então é exatamente isso que eu vou recomendar. Christchurch, a cidade em que eu morei, infelizmente, foi palco de um dos piores terremotos do país (e eu estava lá durante o ocorrido - o que só agregou mais experiência ao meu intercâmbio). Dunedin, cidade universitária com muito espírito jovem. Queenstown, cenário de Senhor dos Anéis e capital do esporte radical: Bungee jumpingRaftSky divingWanaka, aconchegante e apaixonante; Franz Joseph, onde se pode andar no gelo e explorar uma geleira no topo da montanha; Nelson, com suas praias maravilhosas; Hanmer Springs e suas piscinas aquecidas por vulcões naturais.



 
    



   Os melhores lugares para comprar roupas e sapatos são os malls, sempre com promoções e descontos incríveis em várias lojas. Até nos mercados, como o Countdown e o K-mart, dá pra encontrar muita coisa de qualidade e com preços baixos. Duas lojas que conquistaram um lugar especial no meu coração foram a Glassons e a Cotton On. Já para comprar artesanato, recomendo visitar a famosíssima Green Stone da Nova Zelândia, que possuí o melhor comércio em feiras Maoris, onde aos domingos ocorrem  exposições nas praças principais das cidades. Ou então, na porta de grande parte dos pontos turísticos, estes produtos artesanais possuem qualidade e, por ser feito à mão, são geralmente mais bonitos que produtos de lojas.

    Como eu não tinha a idade permitida para beber ou badalar, a vida noturna se resumia em house parties que meus amigos faziam no esquema ‘bring your own (BYO)’ drink. Estes eventos ocorrem frequentemente. O esquema é bem aberto e acolhedor, ninguém ficava de fora. Fora isso, o bar Minus 5, em Queenstown, é imperdível por ser tudo feito de gelo, desde os copos à decoração, inclusive os assentos. Claro que dançar é necessário pra se manter aquecido, por isso a “vibe” é tão legal e empolgante. Eles emprestam casaco e luvas, além de existir um tempo limite para ficar dentro, mas a diversão é garantida do começo ao fim. Em Auckland, recomendo visitar a Sky Tower à noite, pois além da vista com as luzes da cidade ser de tirar o fôlego, o jantar é muito gostoso!

    Infelizmente as igrejas e museus que visitei em Christchurch, hoje, estão destruídos ou em processo de reconstrução. Porém, o Hagley Park e Port Hills são imperdíveis passeios ao ar livre, bem como a praia de Sumner Beach. Os campos de mini golf e o Riccarton Mall também são opções baratas e divertidas. Um dos passeios mais legais é a já mencionada caminhada no gelo em Franz Joseph, e a gôndola em Queenstown. Lá, há  uma montanha que se sobe em um bondinho, a descida pode ser feita tanto pulando de Bungee jumping, como alugando carrinhos de corrida, fazendo curvas radicais e muito rápidas. Também falando sobre Bungee jumping, a melhor coisa a se fazer é comprar o pacote com os três (um que pula da ponte, um que pula dessa montanha da gôndola e o maior do mundo, Nevis, que salta de uma plataforma). Todos eles são passeios que, apesar de caros, valem muito a pena.
 
    O safari do Senhor dos Anéis, também localizado em Queenstown, é outro passeio recomendável e muito elogiado por todos que conhecem, principalmente pelos fãs da saga. Também tem um navio que atravessa a ilha norte em direção à ilha sul, proporcionando cenários de tirar o fôlego e com duração máxima de 3 horas. Mas, se eu fosse repetir algum, seria o de Milford Sound! São várias ilhas e cachoeiras, parece um sonho, um paraíso. Para ir, existe tanto a opção de barco quanto a de helicóptero. Há apenas um porém, lá chove quase todos os dias do ano. Por isso, é necessário ir preparado com capa de chuva, botas, agasalhos… É possível até ver focas e leão marinho de perto.





 
   As comidas típicas da Nova Zelândia são influenciadas pela cultura inglesa, como o famoso Fish ’n Chips (batata frita com um peixe frito) - refeição barata e fácil de se encontrar em qualquer lugar; a sobremesa Pavlova de kiwi ou de morango, e a carne de ovelha. O churrasco, que eles chamam de BBQ, é bem diferente do nosso: só assam carne e linguiça pra comer com um pedaço de pão de forma e ketchup. Fora isso, eles comem muita comida chinesa e japonesa, especialmente noodles.

     O aspecto que mais me chamou a atenção foi em relação a cultura Maori, com suas danças e idioma exótico, é algo muito interessante de se conhecer! No esporte, o jogo de Rugby é uma tradição para todos os meninos adolescentes, e em todo bairro é possível ver parques lotados com jogos e treinos, assim como o futebol é para o Brasil. As meninas jogam a versão menos violenta: o Touch Rugby. Já as músicas típicas são do estilo surf e reggae. Os habitantes possuem o costume de praticar muita atividade ao ar livre. Lá pratiquei Mountain Bike, aprendi a andar de caiaque e acampei diversas vezes em montanhas. Além de manter a população saudável, essas atividades são acessíveis e maravilhosas para serem realizadas nos finais de semana. Um costume que notei ser bem diferente dos hábitos brasileiro, foi o fato de lá eles não almoçarem, há apenas um lanche durante o dia e a noite ocorre o encontro com a família para jantar.

   A quem deseja ir para lá, recomendo que tentem conhecer e se aproximar dos neozelandeses. Além de praticar o inglês, é uma oportunidade de fazer amizade com pessoas diferentes e incríveis. Não se fechar na sua própria cultura é a melhor dica, e isso vale para qualquer lugar. Também sugiro que abram a mente para praticar esportes lá, mesmo que sejam simples caminhadas ao ar livre para observar a vista, o clima, a fauna e a flora do local.  Para se hospedar, os melhores e mais baratos locais são os hostels (albergues), onde é possível dividir quarto com até seis pessoas, misto ou não. Eles têm ótimas localizações e uma programação muito boa pra quem quer se aventurar e conhecer o melhor da Nova Zelândia, fora a facilidade em conhecer gente de todos os cantos do mundo. Uma dica valiosa é alugar uma mini van da Juicy, que vem com uma cozinha no porta malas.



O único momento que pensei em desistir foi nos primeiros dias, quando eu não conhecia ninguém e não estava me dando bem com minha host sister alemã. Mas esta ideia só durou uma semana. Depois, nem um terremoto que destruiu metade da cidade me fez querer desistir. Pelo contrário, neguei as oportunidades que a empresa de intercambio ofereceu de mudar de cidade ou voltar pro Brasil, e quanto mais o tempo passava, menos eu queria sair daquele lugar, pois, na verdade, a Nova Zelândia se tornou minha casa.  Hoje em dia, tudo o que eu mais quero é voltar morar e trabalhar lá, enfim chamá-la de “lar”. Aprendi a dar valor a coisas pequenas, que antes passavam despercebidas. Voltei outra pessoa, mais humilde e menos egoísta. E, claro, mais corajosa: “se nem um terremoto me destruiu, o que irá?!”

    O que mais me marcou nesta experiência foi a receptividade dos nativos, inclusive a forma com que se uniram após o terremoto. Percebi a solidariedade entre eles, os vizinhos se ajudavam mutuamente; houve inúmeras doações, preocupações com o próximo, campanhas e grupos de limpeza nas ruas da cidade, enfim, nunca havia visto nada tão altruísta e emocionante quanto aquilo. O memorial que fizeram em homenagem aos falecidos, e todo o país em luto, prestando homenagens e minutos de silêncio foi, sem dúvida, algo muito marcante e forte. Fiz mais amigos na escola neozelandesa do que fiz ao longo da minha vida inteira.

    Além disso, fui muito bem recebida pelas quatro famílias, que me acolheram como pais. Não imaginava ser tão bem tratada e me sentir uma pessoa tão interessante quanto eles me fizeram sentir! A primeira família que fiquei era um casal de idosos, que possuíam uma casa grande e, por isso, hospedavam três garotas: eu, uma alemã e uma coreana. Depois do terremoto, a casa ficou muito destruída e perigosa de se viver, então eles se mudaram para uma fazenda e nós três nos separamos. Estava triste e sem lugar pra ir quando meu amigo me convidou pra me hospedar na casa dele. Assim, a maior farra foi nesta casa, ele me levou para sair, me apresentou seus amigos e eu tive uma “irmã” mais nova e outro “irmão”, fora os “pais” acolhedores. Éramos seis, e ficou assim até o final. Porém, me aproximei muito da família de outros dois amigos e, assim, me considerava uma parte das três casas. Dividia minha atenção jantando cada dia com uma família, e dormindo cada final de semana em um local diferente, foi ótimo! Ter me relacionado com essas famílias me fez aprender sobre a dinâmica e rotina de diversas pessoas, foi algo muito enriquecedor.
 
    Mais do que amizades, fiz irmãos e famílias que até hoje nos falamos sempre, trocamos correspondências e novidades. Não poderia ter sido melhor. Nem tive tempo de sentir saudade de amizades verdadeiras ou da minha verdadeira família, pois tive tudo isso a todo momento! Mesmo em lojas, não percebi grosseria ou antipatia da parte de ninguém! Cada pessoa que conheci contribuiu para minha vida mais do que qualquer escola e curso poderiam contribuir. Apesar das dificuldades de convivência com a minha host sister alemã, com o tempo, tive que aprender a lidar com nossas diferentes personalidades, pensamentos e cultura, e finalmente deixamos de ser inimigas pra nos tornarmos melhores amigas. Sem dúvidas foi algo que me fez crescer como pessoa, pois ainda hoje, antes de desistir de algo/alguém, me lembro que é dando mais tempo e oportunidades que a pessoa consegue te surpreender!
 

    Nas horas livres, além dos passeios, me juntei ao time de basquete da escola, comecei a frequentar aulas de zumba e um grupo jovem da Igreja. Tudo isso me deixou ocupada ao ponto de não me dar tempo de sentir falta da minha vida e das pessoas que deixei no Brasil, o que foi ótimo. Não cheguei a conhecer o significado da palavra ‘homesick’. Esta experiência valeu tanto a pena que se eu pudesse escolher voltar para somente um lugar no tempo, voltaria para esta época lá. E, se eu pudesse realizar outra viagem internacional, eu escolheria a Nova Zelândia novamente. Aprendi que, mesmo depois de ter estudado inglês durante sete anos no Brasil, eu não sabia de nada. Concluí que a única forma de ser fluente em inglês é praticando muito, e isso consequentemente envolve sair da zona de conforto e buscar coisas novas.


   Acredito que morar em outro país com 15 anos já requer, por si só, um amadurecimento. Ter obrigações na casa, integrar um time e ter que se virar sozinha é um processo evolutivo muito grande. Lidar com o desconhecido e se aventurar em coisas, lugares e pessoas diferentes, requer muita confiança e crescimento, mas a recompensa é incrível. Ao voltar para o Brasil, me deparei com muitas situações que eu não saberia como lidar, caso não tivesse morado na Nova Zelândia e feito tudo o que fiz. Inclusive, não teria escolhido estudar Relações Internacionais e não estaria vivendo a vida que vivo hoje, então aqueles seis meses definiram não só o meu caráter, como também meu futuro e carreira!

    Faço parte de um site chamado postcrossing, onde trocam-se cartas com pessoas aleatórias de todos os lugares do mundo. Coleciono mais de 130 cartas e selos, e me encanto com o que as pessoas me escrevem sobre suas rotinas e cidades. Também trabalhei na AIESEC, maior organização jovem do mundo, que busca o desenvolvimento das potencialidades humanas, através de experiências de intercâmbio e de liderança. Através da organização, recebíamos muitos Trainee internacionais e lidávamos com diversas culturas. Então, para mim, a melhor coisa que existe é essa troca de conhecimentos direta entre culturas! 
 

      Após ver que lá os guardas não andam armados e as casas não tem grades nem muros, vejo que o Brasil precisa investir mais em segurança. Na realidade, o povo brasileiro deve adotar mais honestidade, este é um fator que influenciará diretamente na qualidade de vida, além de melhorar o sistema educacional. Na Nova Zelândia, o aluno pode escolher no High School seis matérias que gostaria de estudar, (entre as opções estão fotografia, culinária, design, entre outros). Este fato torna a ida a escola algo muito prazeroso, e dá aos estudantes a oportunidade de se descobrirem melhor e testar o que realmente farão no futuro.

    Entretanto, gosto muito do carinho e receptividade dos brasileiros, estamos sempre animados e temos, inclusive, um dos carnavais mais famosos do mundo. Temos uma habilidade nata de se unir, seja através do futebol ou das decepções políticas, seja para festejar ou para protestar. Multidões aglomeradas não é algo que se vê com facilidade no exterior. Mas, gostaria também que não fosse só festa e alegria, e que as pessoas realmente se chocassem mais com os absurdos que cercam o Estado brasileiro. O ‘jeitinho brasileiro’ de tentar se dar bem, e a cultura de se atrasar em compromissos, é algo que eu gostaria que mudasse. A pontualidade das pessoas no exterior é algo que facilita muito a vida!



sábado, 9 de novembro de 2013

Intercâmbio na Universidade de Porto e viagem pela Europa

Leandro Guedes, 23 anos.
Profissão: Estudante de Ciência da Computação.
O que pretende: Fazer mestrado ou trabalhar na área.
Países que conhece: Alemanha, Argentina, Bélgica Espanha, França, Holanda, Itália (Vaticano), Marrocos, Paraguai, Portugal, República Tcheca e Uruguai.


 
     Participei de um programa de intercâmbio para dar continuidade aos meus estudos de graduação em um país da Europa, assim optei por estudar na Universidade de Porto em Portugal. O programa durou no total seis meses e a experiência de ter morado em outro país, durante este tempo, foi sensacional, a melhor coisa que aconteceu na minha vida. No começo eu não tinha muita expectativa, mas chegando lá eu me encantei com o país, com as pessoas e com os lugares. Tudo era novo naquele ambiente para mim. Tive a oportunidade de sair da zona de conforto e consequentemente amadureci como ser humano, em uma experiência única.

    Conviver com diferentes culturas em um outro país, foi uma experiência desafiadora, mas em momento algum pensei em desistir. Eu cheguei lá, era o que eu queria. Na realidade eu não queria era voltar, porque aquilo estava sendo tão bom que eu não queria que acabasse. Nas horas livres, eu ia para o parque, praia e achava tudo incrível, queria aproveitar ao máximo. Eu viajei bastante também, então tudo que pude aproveitar eu aproveitei. Os lugares que eu recomendo visitar são vários, pois eu tive e pude conhecer muitos países na Europa. Todas as cidades são belíssimas: Bruxelas (Bélgica), Amsterdã (Holanda), Madrid e Barcelona (Espanha), além de Porto (Portugal), onde morei. Lá é uma cidade incrível, onde tive muito prazer em morar. É um lugar que eu passaria a vida toda e as férias também.

    Para compras, na Europa tem de tudo. Todos os produtos são de bastante qualidade, como roupas, sapatos, acessórios, entre outros. Então, não se encontra coisas mal feitas, ou camelôs/ vendedores ambulantes como aqui no Brasil. Há diversas opções, desde a lojinha da esquina, como shoppings e lojas de grandes marcas mais elitizadas.

            Em relação aos passeios em Porto, a Ponte da Arrábida, que separa o Rio Douro da Cidade do Porto e liga a Vila Nova de Gaia. Esta ponte é o melhor lugar turístico, onde todos vão para tirar fotos. É um lugar realmente lindo, com vários bares e comércio ao redor, ideal para ir comer francesinha, que é a comida típico de Porto. Este prato é como um hambúrguer: contém um bife de carne, queijo, presunto, pão e um molho especial, que é bem apimentado. É muito gostoso, mas é bem calórico e viciante também, além de caro, comparado ao preço de um hambúrguer normal.
A vida noturna que vivenciei foi bastante agitada. Como fui em um programa de intercâmbio estudantil, eu e meus amigos tínhamos o cartão Erasmus, com este nós podíamos ir a todas as festas com desconto ou íamos para a “Festa do Dia”, na qual a entrada era de graça e ainda ganhávamos uma dose de bebida (Shot). Então, saía a um preço muito baixo, mais do que em qualquer lugar no Brasil. Além disso, as festas eram muito boas, cheias de estudantes intercambistas. Em Porto, há um local só para festas brasileiras, além de diversos bares e boates. As bebidas são muito baratas, como chope, copo de cerveja, vinho do Porto, entre outras.

Notei que, apesar de falar o mesmo idioma, que é o português, há uma diferença gigantesca entre o modo como falamos no Brasil e como é falado em Portugal. Além disso, constatei que no Brasil não conhecemos praticamente nada sobre os portugueses e eles pelo contrário, conhecem bastante sobre a nossa cultura, devido a influência da mídia, as TVs oferecem na programação novelas brasileiras e nas rádios também passam músicas do Brasil. Então, a presença do nosso país em Portugal é muito grande, ao passo que a presença portuguesa no Brasil é muito pequena. Foi muito interessante perceber o quanto eles conhecem a respeito do Brasil, eu fiquei orgulhoso pelos portugueses saberem aspectos culturais brasileiros com tanta naturalidade e facilidade, porém a recíproca não é verdadeira em relação ao conhecimento precário que temos sobre eles. Um fato que admirei lá também foi relacionado à educação da população, porque a maioria das pessoas são solícitas e ajudam bastante, então você não passa aperto na rua ao pedir informação, porque alguém sempre está disposto a auxiliar. Achei isso bem legal.
 
Os pontos negativos foram muito pequenos em comparação com os bons momentos que tive. O único fato que realmente me incomodou foi a burocracia portuguesa. Então, para tirar o cartão de morador, eu tive que ir várias vezes ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras - SEF, enfrentar fila, entregar a documentação e às vezes precisava voltar ao local porque havia faltado alguma coisa. Este transtorno foi bem chato, nada que não aconteça no Brasil também, mas, tratando-se de um país desenvolvido, eu esperava que as coisas funcionassem mais rapidamente em Portugal.

Outro aspecto emblemático que percebi, é que os portugueses são por um lado, bastante receptivos e ao mesmo tempo alguns são mais ignorantes em alguns aspectos, como por exemplo, tratar a mulher brasileira de maneira estereotipada, relacionando-a com a prostituição, algumas ignorâncias desse tipo normalmente são mais comuns para pessoas mais idosas. Entretanto, os jovens são mais bem informados, a maioria é composta por estudantes, intelectuais, em geral eles são mais cultos e gentis. Além disso, praticamente todos falam inglês, o que não ocorre na Espanha, por exemplo, que é um país ao lado.

Em contrapartida, me emocionei com vários fatores, como o dia a dia no país, a vista que eu tinha quando saía para caminhar, correr pela cidade à beira do mar ou à beira do rio, tudo isso para mim foi incrível. Eu estava em um lugar novo e ao mesmo tempo era como se aquele lugar fosse a minha casa, um lugar que eu sempre quis estar. Além disso, fui muito bem acolhido pela população local. No meu primeiro dia de aula, eu estava perdido e meus colegas me ajudaram a encontrar a classe, me explicaram sobre as aulas, os professores, como eu deveria proceder, como era o esquema de presenças lá, enfim, não sabia de nada. Depois eu fui me acostumando ao ritmo. Eu conheci colegas sensacionais lá.


   Entre as recomendações que sugiro para quem deseja viajar pela Europa, a primeira de todas é: procurar na internet o máximo de informações a respeito do local; é importante  pesquisar também onde você vai morar ou se hospedar, uma dica é  seguir grupos no Facebook que ofereçam estas informações. Além disso, recomendo conhecer as histórias e referências de pessoas que já foram ao local ao qual você deseja ir, há muitos blogs, vídeos, enfim, isso é de suma importância. Estes relatos não se encontram em livros, não estará no próprio site do país, ou seja, estas dicas específicas você só encontrará em vias alternativas, nas publicações de pessoas que já foram e saberão como é esta experiência. Por fim, sugiro verificar quais regiões são ideais para ir ou ficar, e as que não são; além de informações como trânsito, sistema de transporte, cartão do metrô, todas essas coisas.

O lugar em que fiquei hospedado, foi no alojamento da Universidade e era preciso pagar uma taxa de 130 € (a propina que eles chamam), era um quarto duplo, ou seja, com duas camas no quarto, um banheiro, e um closet, tinha frigobar e mesas de estudo. Foi tranquilo conviver com o meu colega de quarto. A maior parte do tempo eu passava fora e quando eu retornava a residência estudantil, havia vários estrangeiros que frequentavam ou residiam lá. Esta experiência foi muito boa. Eu me comuniquei lá mais em inglês do que em português. O intercâmbio me proporcionou fazer amizade com pessoas do mundo inteiro: Grécia, Espanha, Itália, Lituânia, Bélgica, entre outros países. Mantenho contato com eles através do Facebook e trocamos informações, eu gosto muito deste contato multicultural. O que eu mais aprecio hoje em dia é saber que o mundo não tem barreiras e que tudo é possível.
 
Meus amigos contribuíram demais para minha evolução. Dentre todas as pessoas que tive contato, à medida que os estrangeiros estavam lá, eu falava em inglês e aperfeiçoava o idioma, com os portugueses eu estava melhorando o sotaque diferente no dialeto e estava aprendendo muito sobre cursos e maneiras diferentes de se aprender computação mundo afora. Eu gosto muito de conviver com outras culturas. Desde que eu voltei ao Brasil, participei da AIESEC que é o maior grupo de jovens universitários do mundo. Então, eu pretendo continuar nessa linha multicultural, conhecer pessoas de diversos países, aprender novas línguas, acho isso o máximo. Esta minha característica foi totalmente aguçada pelo intercâmbio e me fez prosseguir com estas escolhas que até então estavam só no papel.

A experiência valeu muito a pena, mudou muito o modo como eu encaro as coisas, porque eu acho que depois de tudo que aconteceu, eu não voltei o mesmo. Ninguém volta o mesmo depois de um intercâmbio, seja no aspecto micro ou macro. Esta experiência foi enriquecedora pelos aprendizados que tive, como me virar sozinho, conhecer novas pessoas e fazer de um lugar diferente minha nova casa, foi incrível, todos deveriam passar por isso. Eu acredito que realmente a palavra intercâmbio é uma troca. Então esta troca de vivência, esta troca de aprendizado é o que mais vale para toda a vida.
 
No momento, eu não tenho planos concretos de fazer novas viagens, mas eu tenho muito interesse, essa virou minha meta de vida agora, que é conhecer todo o mundo, o máximo de lugares e pessoas interessantes que eu puder, porque acredito que a vida não se limita só ao lugar que você nasce e cresce, o mundo é muito maior do que a gente pensa. Ainda pretendo conhecer os Estados Unidos, voltar para Europa ou Austrália, ou apenas visitar um local novo.
 
O Brasil pode melhorar em muitos aspectos, desde, por exemplo, em uma parada de ônibus, eu chego ali e quero saber para onde eu vou, mas não tenho nenhuma informação acessível. Se eu quiser entrar na internet, tampouco há acesso. Então, a única alternativa que resta é perguntar para as pessoas que estão passando pela rua, caso contrário, é impossível locomover-se. Na Europa, há informações de maneira acessível a todos. Na parada de ônibus já tem tudo escrito, juntamente com o mapa que mostra o trajeto que o transporte faz e quanto tempo falta para que ele chegue ao ponto de ônibus. Estes simples fatos são de grande valia, capazes de possibilitar que tanto o turista como o nativo não se percam. Vejo que ainda falta muito para o Brasil evoluir neste quesito. Outra questão que devemos nos preocupar é com a manutenção das cidades, onde estive era sempre tudo muito limpo. Dá gosto morar em um lugar limpo, bonito, pintado. Isso faz muita diferença, é claro que também é advindo de um hábito cultural. Infelizmente, no Brasil ainda há muitas pessoas que jogam lixo no chão.
  
Por outro lado, aprecio o fato de o brasileiro ser um povo muito alegre, que querendo ou não, enfrenta muitos obstáculos, mas que continuam lutando, batalhando a cada dia. Há muitos trabalhadores que precisam sustentar uma família inteira em condições de trabalho muitas vezes exploratórias. Sinto orgulho da batalha do nosso povo, de “dar o duro” e levarem o Brasil para frente. O que me deixa muito triste é a corrupção. Nós pagamos impostos altíssimos e não recebemos nada em troca. O Brasil tem grandes potenciais, há lugares belíssimos. Nós não precisamos ficar cegos e achar que só o que tem lá fora é bom. Temos músicas de qualidade, belezas naturais, um clima agradável, cidades maravilhosas, praias em Santa Catarina, Nordeste, a Serra Gaúcha, o Rio de Janeiro. Enfim, são lugares que estão aqui, perto da gente. É só a sabermos aproveitar!




Intercâmbio para África do Sul

Mariana Rabello, 23 anos.
Profissão: Internacionalista.
Países que conhece: África do Sul; Ilha de Malta; Itália; Irlanda e Alemanha.


    De todas as viagens que fiz, meu intercambio na África do Sul foi o mais marcante. Como foi minha primeira experiência, tudo era novo e eu tinha muita vontade de explorar tudo, mas também tive dificuldades em algumas situações. Morei em Cape Town por três meses para estudar inglês. Fiquei hospedada na residência estudantil que era dentro da própria escola chamada LAL Group Language Center que fica localizada em Sea Point. Assim, tive a oportunidade de fazer amizade com vários brasileiros, estrangeiros e nativos. Todos contribuíram para minha evolução e pude praticar bastante o inglês.

    Percebi também que os africanos adoram os brasileiros, pois sempre tinham curiosidades a respeito de futebol e sobre a nossa cultura. Como fui no ano da Copa do Mundo, se vestia uma camisa da seleção brasileira, certamente as pessoas vinham até mim para conversar. Nas horas livres, o que eu mais fazia era ir à praia. As praias são paradisíacas e como no verão é muito quente, se torna o point dos estudantes. Um fato a levar em consideração, é que lá é proibido beber na rua e também não pode comprar bebida alcoólica depois das 6 da tarde.

    Em Cape Town existem muitas coisas legais para conhecer, como a Robben Island (prisão onde o líder político Nelson Mandela ficou na época do Apartheid), o Cape Point, onde há uma vista linda e o Cape of Good Hope (Cabo da Boa Esperança). Muitas pessoas dizem que é lá onde “o vento faz a curva”, por ser o ponto na região sul mais extrema do continente.


    O melhor lugar para fazer compras em Cape Town, tanto de artigos de luxo quanto de artesanatos, é uma feira ao ar livre que fica ao lado do Shopping Waterfront que tem de tudo e é um ambiente super agradável. Além disso, como toda cidade grande, a vida noturna de Cape Town é farta! Há diversas opções de baladas e bares. Mas os melhores locais para ir é a boate Tiger Tiger, onde toca House a noite toda e o ambiente é bastante chique e elitizado (inclusive há restrições dos seguranças para entrada, ou seja, quem estiver mau vestido pode ser até barrado, além disso, dizem que negros não entram lá, e de fato, quando fui, não vi nenhum). Outro lugar que sempre lotava era o La Med, um barzinho na beira da praia que aos domingos há apresentações de bandas, como Gold Fish e eu gostava muito, tanto que era meu lugar favorito.

    Os pontos turísticos e passeios que mais gostei foram vários, entre eles, escalar a Table Mountain e ver o por do sol do topo da montanha; pular no maior Bungee jumping do mundo (são 216 metros de queda livre); nadar com pinguins na praia;  ir ao White Shark Embassy, o qual é possível mergulhar com tubarões branco, dentro de uma jaula de titânio. Em relação às comidas da África do Sul, achei que a culinária é bem exóticas. Os pratos típicas que provei foram: churrasco de avestruz, carne de crocodilo e ensopado de tubarão. Existe um restaurante muito bom que oferece essas refeições chamado Mamma Africa.


    O aspecto cultural que mais me chamou atenção foi sem dúvida alguma as marcas que o Apartheid deixou no local. Até hoje é muito visível o preconceito no país, pois há resquícios da época que ainda permanecem no país, ao andar pelas ruas ou de ônibus, é possível observar este fato, além disso, não vi, por exemplo, brancos em subempregos, só negros. Presenciei uma cena que me chocou muito. Eu estava com um grupo de 15 amigos indo para uma festa de Réveillon e entramos em um ônibus lotado. De repente, todos os negros se levantaram para que os brancos que estavam pudessem se sentar. Foi muito triste ver aquilo.

    Apesar das dificuldades, não pensei em desistir do intercambio, pelo contrário, queria ficar lá mais tempo! O maior empecilho foi o custo de vida que é muito caro, mesmo a moeda sendo desvalorizada em comparação a outras. Ademais este fator acentuou-se porque fui para África do Sul em 2010, no ano que o país sediou a copa do mundo. O que mais me emocionou nesta experiência foi o carinho e respeito que a população demonstra pelos brasileiros.

    A dica mais importante que recomendo para os viajantes é explorar ao máximo o local que desejam ir! Também sugiro caminhar, conversar com os nativos e turistas, procurar fazer amizades, descobrir novos passeios, principalmente aqueles que não constam nos guias turísticos, pois com certeza serão os melhores! Eu particularmente, nunca pesquiso muito sobre o destino, nem converso muito com pessoas que já foram. Na minha opinião, o legal é se aventurar e fazer nossas próprias descobertas.

    Esta experiência foi maravilhosa e me agregou muito. Fui para aprender inglês, mas voltei com uma bagagem muito maior. Aprendi a respeitar as diferenças, a dar valor nas pequenas coisas e fiquei até mais patriota. 



    Sempre prezo pelo respeito e gosto de conhecer diferentes culturas. Desde criança, minha família recebia intercambistas de High School e eu tinha muita curiosidade em saber como eram os costumes no país deles e sobre como eles enxergavam o Brasil. Não foi à toa que fiz Relações Internacionais. Não me imagino fazendo outra coisa, o curso me ajudou muito nas minhas viagens. Meu próximo plano é conhecer uma cidade chamada Playa del Carmen no México. E a lição que é sempre válida é a que não podemos ter medo de coisas novas quando o assunto é intercâmbio. A lei é: arriscar-se e aproveitar!

    Na minha opinião, cada país tem suas características diferentes e é essa a graça de conhecer lugares novos. Temos nossa cultura, nossos valores e é isso que diferencia uma experiência cultural da outra. No Brasil, a alegria do povo e a diversidade cultural é com certeza nosso diferencial. Porém gostaria que houvesse mais segurança e investimentos em cursos populares de língua inglesa para a população aperfeiçoar-se no preparo turístico.







sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Destino: África; Experiências em Zâmbia

Fabíola Góis.
Profissão: Jornalista; Estudante de pós-graduação em Marketing Digital.
Países que conhece: Argentina, Timor Leste, Zâmbia, Botsuana e Colômbia.




Viajar é sempre uma experiência prazerosa e gratificante. Conhecer outras pessoas, lugares e paisagens nos deixa mais leves, alegres e divertidos. Fora o Timor Leste, onde fui a trabalho quando era repórter do Correio Braziliense, aos demais países eu fui a turismo. Na África, fui para Botsuana e Zâmbia. Fiquei hospedada em hotéis na maior parte dos países que visitei, apenas em Zâmbia fiquei na casa do meu marido, meu noivo na época, que viveu lá por três anos.

Gostei muito de ter conhecido a África. Um local que me encantei com a beleza foi na fronteira com Zimbábue, a Victoria Falls, uma das maiores cachoeiras do mundo. Fica em Livingstone, a seis horas de Lusaka, capital da Zâmbia. Também é possível fazer vários passeios na região, como safaris. Tive a oportunidade de fazer safari em terra e pela água, duas excelentes opções para ver bem de perto os animais exóticos da África, tanto os que vivem no território, a exemplo de girafas e leões, como os que têm hábitos de viver perto ou dentro da água, como crocodilos e hipopótamos. Também em Zâmbia, pude fazer safari em cima de um elefante, o que foi uma aventura, porque os elefantes africanos são ariscos. Mas conseguimos um local onde eles domesticam os animais e fazem passeios com os turistas, para mostrar as belezas naturais do continente africano. Em Bostuana, visitei o Chobi Park, onde existe a maior manada de elefantes do mundo.



Um bom local para compras é Livingstone, a capital da província do Sul, em Zâmbia. Lá há uma feira de artesanatos com objetos típicos da região. É possível comprar desde esculturas, bijuterias, até artigos para casa. Para sair à noite em Lusaka, a capital, há poucas opções de boates que ficam abertas durante a madrugada. No entanto, há boas opções de restaurantes de comidas internacionais. A comida típica da Zâmbia é Ichima. Consiste em uma mistura de massa de milho que os habitantes comem com algum acompanhamento, como carnes de boi ou porco, sempre com molho, e uma folha refogada, como couve ou repolho. Este prato é feito para comer sem talheres. Em geral, na África, come-se com muita frequência com a mão.

            Na África, os hábitos são bastante diferentes. Chamou-me a atenção a forma como as mulheres carregam seus filhos pequenos. Elas amarram os bebês nas costas ou no colo, de uma forma bastante firme e acolhedora. Os africanos são amáveis e simpáticos, e gostam bastante dos brasileiros, citando sempre nomes de jogadores de futebol da seleção brasileira, como Neymar e Kaká

            A minha principal dificuldade foi com o idioma. Apesar de falar inglês fluentemente, tive bastante dificuldade de entender o inglês dos zambianos por causa do acento. Eles falam o inglês britânico de uma forma muito particular. Passei por uma situação complicada quando precisei tomar um táxi e tive que explicar ao motorista o destino ao qual eu queria que ele me levasse. Porém, nunca pensei em desistir de nenhuma experiência. Os pontos negativos existem em qualquer lugar ou situação. Fui três vezes a Zâmbia, e me adaptei depois ao inglês que eles falam, com sotaque.

O que eu mais fazia para conhecer melhor o local era andar pelas ruas despretensiosamente. Em todos os lugares em que estive, fiz amizades e fui bem acolhida pela população local. A experiência de ter visitado a África me trouxe grande crescimento pessoal, porque a cultura é muito diferente da nossa. As vestes tradicionais são únicas e a forma como se alimentam também.

Algo que me impactou na Zâmbia foi perceber que a fome lá é ainda mais agressiva que no Brasil. Ao viajar pelas rodovias, pude encontrar várias crianças subnutridas pedindo comida. A população é muito carente. Sem falar que muitas crianças são órfãs, porque o índice de aids atinge mais de 30% da população. Ter conhecido a realidade de um povo tão sofrido me fez pensar na vida que levamos e em como o Brasil tem se desenvolvido. 

Apesar da Zâmbia não ser um país muito procurado por turistas brasileiros, para quem deseja conhecer o local, a minha recomendação é pesquisar bastante na internet sobre os parques onde é possível fazer safari. Na capital, Lusaka, há uma boa rede hoteleira, mas poucas opções de lazer. Portanto, minha recomendação é ficar em Livingstone.

De cada viagem, é possível retirar aprendizados que podem mudar a maneira de encarar as situações. Além dos lugares, pode-se conhecer novas pessoas, e essa vivência, na minha opinião, é bastante enriquecedora. O que mais me marcou nas viagens que fiz foi poder observar como o mundo é grande e como há culturas diversas das nossas. 



Por exemplo, na minha viagem para o Timor Leste, um aspecto cultural que me chamou atenção foram as homenagens prestadas, feitas por meio de uma reverência, e entrega de uma lembrança, geralmente um pano parecido com uma echarpe, feita por um tear, com cores vibrantes.

Gosto muito de conhecer e conviver com pessoas e costumes diferentes. Como sou jornalista, sou curiosa por natureza. É muito bom ver de perto como vivem pessoas em continentes tão diferentes do nosso. A próxima viagem deverá ser para a Europa, onde ainda não tive a oportunidade de estar.
 





As viagens que fiz me proporcionaram enxergar o quanto o Brasil ainda precisa melhorar em relação ao preparo turístico. Na minha visita a Colômbia e Argentina, notei o quanto os funcionários da área de serviço são profissionais no atendimento, inclusive já arriscam algumas palavras em português, tamanha é a frequência de brasileiros nesses países. Aqui poderiam ensinar espanhol instrumental para quem atende turistas. 

Por outro lado, o carisma que nós brasileiros temos, e a forma respeitosa como tratamos os estrangeiros são aspectos de que me orgulho. No entanto, gostaria que mudássemos o amadorismo. Precisamos levar a sério o turismo, principalmente agora que o Brasil é a sexta economia do mundo e vai atrair cada vez mais estrangeiros.